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ENVIOS A PARTIR DE 25/11

 

"Amazônia Negra: as imagens da cor do (in)visível surgiu de um trânsito pessoal, de onde pude ressignificar minhas experiências como um corpo negro, com marcas e cicatrizes, para um corpo pensante, cheio de potências e desejos — sobretudo, de libertação dos estigmas.


Chegar à Rondônia foi o passo decisivo para as mais importantes conexões, foi o que me trouxe a capacidade de falar pelo meu corpo, de dizer o que este corpo sente e espera desta experiência terrena.

 

O livro nasce de pequenas incursões, em que a cabeça, antes repleta de estigmas, dá lugar aos movimentos de uma Amazônia Negra pulsante e cheia de nuances que se aproximam das minhas. Nasce também de um despertar para uma economia visual, em que o meu corpo e a minha mente são os pilares da casa que preciso reorganizar constantemente — dentro de um sistema que se alimenta da vantagem sobre a cor dessa casa. 

 

São histórias que se movem para um destino comum: o da dignificação, do encontro com possíveis parentes; são afetos que, aos poucos, foram me levando a lugares importantes da minha própria história, relacionando as experiências do corpo com as novas imagens da cabeça. Imagens simples e complexas que me fizeram pensar o poder que elas transferem para o ambiente onde estão, do qual fazem parte, e o poder que reverberam em mim.

 

Este livro cabe nesses ínterins — ele é uma forma de retirar do corpo e da cabeça sensações que antes não se combinavam, por minhas experiências distorcidas, e que agora, nesta Amazônia Negra, se equilibram. Equilibram-se até pelo letramento de cada encontro: na beira do rio, nas florestas, nas ruas, nos presídios e em todos os espaços que contam abertamente a história negra das Amazônias.

 

Ter a pele preta e pensar sob esta pele foi uma tarefa árdua: entender onde esses corpos residem e se encaixam na economia, na visualidade, nas cidades, no campo, na floresta, e como esses lugares foram criados e impostos pela história.

 

Este livro se propõe, assim, a ser mais do que um registro dessas reflexões: é um gesto de reconciliação entre corpo e mente, memória e imagem, ferida e cura, história e presença."

 

Marcela Bonfim, Porto Velho, Rondônia, 2025.

Amazônia Negra: as imagens da cor do (in)visível, de Marcela Bonfim

R$ 76,00 Preço normal
R$ 38,00Preço promocional
Quantidade
  • Marcela Bonfim é fotógrafa, formada pela Amazônia, economista, formada pela PUC-SP, e especialista em Direitos Humanos e Segurança Pública pela Universidade Federal de Rondônia. Já atuou como colunista, palestrante, júri em concursos fotográficos, fotojornalista e curadora de exposições em todo o país. Paulista da cidade de Jaú, passou por São Paulo em seu período universitário e migrou para Porto Velho, em 2010, em busca de emprego. Foi ali que ela deu início a seu processo de se reconhecer mulher negra. Com uma câmera na mão, muitas ideias na cabeça e toda sua história no corpo, passou a fotografar as populações de origem caribenha, negras quilombolas e indígenas da região. Hoje, com 42 anos, dedica-se, entre outras coisas, à realização do projeto (Re)conhecendo a Amazônia Negra: povos, costumes e influências na floresta, uma plataforma multi artística, que envolve produção fotográfica, musical, audiovisual e, agora, também textual com este livro que a leitora e o leitor têm em mãos.

    Foi uma das vencedoras do Prêmio Itaú Cultural Literatura, em 2020, e do Prêmio PIPA 2021, quando também recebeu o 1º lugar do Rencontres d'Arles, no programa IANDÉ e Photodoc / Uma projeção da Fotografia Documental Brasileira na França. Em 2022, recebeu o prêmio do 1º Salão de Artes Contemporâneas de Goiás e também foi uma das mulheres vencedoras do 16º Troféu Mulher Imprensa. Em 2023, recebeu a certificação como uma das cinquenta profissionais negras mais notórias da imprensa brasileira pela Rede de Jornalistas pela Diversidade na Comunicação.

    Amazônia Negra: as imagens da cor do (in)visível, lançado em 2025 pela editora Igrá Kniga, é o seu livro de estreia.

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