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organização Acácio Augusto,
Joana Barros e Gabriella De Biaggi 

MEMÓRIA OBSTINADA

a lutas das mães de Osasco e Barueri

Este livro conta uma história e conta várias histórias. O centro delas é uma tragédia – o assassinato de quase três dezenas de pessoas - algo que o embrutecimento da vida na cidade torna banal com o tempo. A Chacina de Osasco e Barueri completa 10 anos em 2025 e uma série de histórias, fragmentos de memórias e marcas no corpo da cidade e das pessoas continuam a rondar esse trágico (e cotidiano) acontecimento.  Aqui, algumas dessas histórias são contadas ou introduzidas, os vários artigos revelam e analisam as dimensões políticas, sociais, jurídicas e pessoais desse acontecimento exemplar da violência de Estado na democracia securitária brasileira. Mas o que se sobressai entre elas é a luta da Associação 13 de Agosto, a força da memória obstinada das mães que não deixam que essa história se perca entre as agruras de um cotidiano violento. Para essas mães, a violência é como a polícia: um golpe de Estado permanente.  

Sobre os textos, cabe a cada leitor e leitora descobrir ao folhear o livro. Ele também registra o trabalho de meia década do LASInTec junto a outros parceiros da UNIFESP com a Associação 13 de Agosto e com a raríssima pessoa que é Zilda Maria de Paula, uma guerreira incansável, capaz de encontrar leveza e alegria mesmo em meio tanta dor. Sabendo que não há reparação possível diante do terror estatal que ceifa sem cerimônias a vida de um filho do colo de sua mãe, seguimos na luta junto às mães, sem medo e sem sossego.

 

No ano em que a chacina de Osasco e Barueri completa 10 anos, o Brasil enfrenta mais uma tragédia. Dessa vez, em outubro de 2025, o Rio de Janeiro testemunhou a maior chacina da história do país, superando em número de mortos até mesmo o massacre do Carandiru. O lançamento do livro (que já vinha sendo trabalhado há anos) "Memória obstinada: a luta das mães de Osasco e Barueri"  justo nesse momento, não representa nenhum tipo de oportunismo ou sensacionalismo de tentar cruzar as vendas de um produto à pior tragédia de nossos tempos. Ao contrário, mostra a relevância do tema da presente obra que, ao falar de uma situação específica, revela a universalidade do problema. O Brasil, pouco a pouco, poderá ser explicado, de um lado, pelas brutalidades das chacinas, e, de outro, pelo surgimento constante de grupos de mães que lutam pela liberdade e pela justiça de seus filhos.

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Marcela Bonfim

AMAZÔNIA NEGRA

​as imagens do (in)visível da cor

"Amazônia Negra: as imagens da cor do (in)visível surgiu de um trânsito pessoal, de onde pude ressignificar minhas experiências como um corpo negro, com marcas e cicatrizes, para um corpo pensante, cheio de potências e desejos — sobretudo, de libertação dos estigmas.


Chegar à Rondônia foi o passo decisivo para as mais importantes conexões, foi o que me trouxe a capacidade de falar pelo meu corpo, de dizer o que este corpo sente e espera desta experiência terrena. O livro nasce de pequenas incursões, em que a cabeça, antes repleta de estigmas, dá lugar aos movimentos de uma Amazônia Negra pulsante e cheia de nuances que se aproximam das minhas. Nasce também de um despertar para uma economia visual, em que o meu corpo e a minha mente são os pilares da casa que preciso reorganizar constantemente — dentro de um sistema que se alimenta da vantagem sobre a cor dessa casa. 

 

São histórias que se movem para um destino comum: o da dignificação, do encontro com possíveis parentes; são afetos que, aos poucos, foram me levando a lugares importantes da minha própria história, relacionando as experiências do corpo com as novas imagens da cabeça. Imagens simples e complexas que me fizeram pensar o poder que elas transferem para o ambiente onde estão, do qual fazem parte, e o poder que reverberam em mim. Este livro cabe nesses ínterins — ele é uma forma de retirar do corpo e da cabeça sensações que antes não se combinavam, por minhas experiências distorcidas, e que agora, nesta Amazônia Negra, se equilibram. Equilibram-se até pelo letramento de cada encontro: na beira do rio, nas florestas, nas ruas, nos presídios e em todos os espaços que contam abertamente a história negra das Amazônias.

 

Ter a pele preta e pensar sob esta pele foi uma tarefa árdua: entender onde esses corpos residem e se encaixam na economia, na visualidade, nas cidades, no campo, na floresta, e como esses lugares foram criados e impostos pela história. Este livro se propõe, assim, a ser mais do que um registro dessas reflexões: é um gesto de reconciliação entre corpo e mente, memória e imagem, ferida e cura, história e presença."

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Rob Wallace

GRANDES FAZENDAS PRODUZEM GRANDES GRIPES

doenças infecciosas, agronegócio e a natureza da ciência

"Grandes Fazendas Produzem Grandes Gripes" de Rob Wallace mobiliza a biologia, a epidemiologia e geografia marxista para compreender o papel dos sistemas alimentares corporativos na produção das epidemias de Ebola, Gripe Suína e, com atenção especial, da Gripe Aviária — que já deixou um rastro de destruição inacreditável com a morte de dezenas de milhares de leões marinhos, elefantes marinhos, golfinhos e aves — em sua escalada cotidiana rumo à pandemicidade catastrófica também para seres humanos. Wallace também remonta a história escravista do agronegócio no vale do Rio Mississipi: a grande fazenda de algodão, tal comom retratada em "12 anos de escravidão" deixou marcas indeléveis na ecologia e na sociedade do nosso tempo, que só o desmonte do capitalismo racializado pode superar.

Celebrado por Noam Chomsky, Mike Davis e John Bellamy Foster, este livro vai alterar radicalmente a sua compreensão da natureza e das doenças sob o capitalismo — e ajudar a atribuir as devidas responsabilidades, dos EUA à China, enquanto abre espaço para um mundo onde caibam muitos mundos.

 

"Big Farms Make Big Flu", publicado originalmente em inglês em 2015, foi lançado em 2020 em co-edição pela Igrá Kniga com o título "Pandemia e Agronegócio". Esta versão, agora publicada integralmente pela IK conta com uma seleção de artigos contundentes, com 2 novos artigos sobre a Gripe Aviária escritos entre 2024 e 2025, garantindo uma visão profunda e abrangente da história e da geografia da influenza, a doença infecciosa que oferece hoje o maior desafio para a saúde global — assim como uma crítica radical ao modo capitalista de produção de doenças.

Sobre Justiças (org.)

ENSAIOS ABOLICIONISTAS

práticas de justiças a partir de territórios

Este livro é um Ensaio abolicionista, um rastro de diferentes caminhos emancipatórios ensaiados em conjunto. Um processo de investigAção movido por raiva, desejo e esperança. Nele, não buscamos respostas prontas, mas boas perguntas e práticas inspiradoras. O que é justiça? O que buscamos quando buscamos justiça? Qual justiça queremos? Ele foi feito por pessoas e coletivos que vivem as consequências de diversas injustiças estruturais e, ainda assim, inventam práticas de resistência, proteção e cura. Por isso, esta obra reúne ensaios e experiências diversas que, ao se tocarem, alimentam mundos que fazem com que a justiça caminhe rumo ao que Ruth Wilson Gilmore entende por libertação: abolição é emancipação em ensaio. Não queremos uma só justiça, queremos muitas. Não queremos a justiça imposta pelo imperialismo, o colonialismo, o racismo e o capitalismo, queremos processos que promovam e sustentem a vida.

 

Este livro foi escrito e produzido a partir da aliança, dos diálogos e da pesquisa coletiva com: Associação Amparar, CCA Cidade Júlia, Ciano, Coletivo Yonofui, Dina Alves, Fábio Pereira Campos, Helena Silvestre, Jardim Miriam Arte Clube (Jamac), Jesús Sosa Lozada, Kric Cruz, Micélio Abolicionista, Verónica G. Collado, Wirana Ataídes e todas as pessoas que participaram das atividades do coletivo Sobre Justiças.

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coleção abolicionistas

Fahim Amir

REVOLTAS ANIMAIS

pombos, porcos e outros miseráveis na filosofia

"Quando se trata de animais, a esquerda se torna direita", afirma Fahim Amir, lançando um contra-ataque. As críticas à destruição ambiental ou à pecuária industrial geralmente se baseiam em ideias conservadoras de "natureza intocada" ou em preocupações ecocapitalistas, como a gestão sustentável de recursos. Contra a romantização da natureza, Amir defende a política em vez da ética. Em vez de declarar de forma pessimista que os animais não passam de meras vítimas, sua história é contada a partir da perspectiva da luta: como porcos indisciplinados moldaram o desenvolvimento da fábrica moderna, como grupos indisciplinados de humanos e animais resistiram à domesticação de Nova York no início do século XIX, como os pássaros canoros das cidades se fortalecem graças aos altos níveis de estrogênio no esgoto e usam a nicotina das pontas de cigarro para afastar parasitas em seus ninhos. A história dos mosquitos da malária e as tentativas de combatê-los lançam uma luz estroboscópica sobre as relações neocoloniais entre as febres médica e política. Em Revoltas Animais, não há retorno à suposta natureza pura – novas ecologias urbanas, no entanto, oferecem uma oportunidade para novos conceitos de coexistência e oposição. Não se trata de autoengrandecimento moral ou de imaginários mercadológicos de reforma social por meio do consumo adequado, mas de momentos utópicos em pleno presente.

À medida que patas, garras e cascos se apoderam dos meios de produção, "Revoltas Animais" apresenta uma tese inebriante que se torna mais convincente a cada página. Afinal, onde há pombos, há resistência. Irreverente, perspicaz e extremamente inovador, nenhum outro livro pode rir de suas convicções como este. O livro foi escolhido como uma das melhores leituras do ano pelo Goethe Institut e também premiado na Feira do Livro de Frankfurt em 2019.

Coedição com o CLE-UNICAMP
TRADUÇÃO Ricardo Cavassane
EDIÇÃO CLE-UNICAMP Nádia Farage
PREPARAÇÃO Isis Proença
REVISÃO TÉCNICA Allan de Campos
ILUSTRAÇÃO E CAPA Revista Comando
PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Marina Manganotte
APRESENTAÇÃO Nádia Farage
TEXTO DA ORELHA Luiz Marques

A MORTE DA NATUREZA

Mulheres, ecologia e a revolução científica

A morte da natureza: mulheres, ecologia e a revolução científica apresenta uma pesquisa filosófica num amplo arco histórico para reconstituir as imagens da natureza, que abundam na filosofia pré-socrática, em Aristóteles e na filosofia neoplatônica, na Idade Média, no Renascimento e na Modernidade. Poetas da Antiguidade grega fazem referência à natureza como uma grande mãe generosa a quem os homens deveriam devoção, assim como a natureza sacralizada que aparece na literatura e na poesia do período renascentista. Analogias surgiam aproximando a prata de raízes, o orgânico e o inorgânico se misturavam como se tudo pudesse ser explicado pela gênese transformadora e mutante da natureza e pela transmutação dos elementos. O paradigma medieval do organicismo que orientava a alquimia colocava a natureza e os humanos dentro de uma relação necessária, assim como a literatura da utopia ecológica da Cidade do Sol (1623) e de Cristianópolis (1619), ao apresentarem ideais de comunidades integradas entre humanos e natureza, utilizando da metáfora orgânica para pensar a sociedade. Contudo, o modelo ecológico/organicista da Idade Média deu lugar ao modelo mecanicista da filosofia moderna. Mais que isso, o mecanicismo rechaçava o modelo organicista em nome da ciência, da lógica e da filosofia, que, como quis Descartes, deveria se constituir como ciência primeira. Este livro relaciona, ao mesmo tempo, a exploração ambiental ao triunfo epistemológico do mecanicismo, e as qualidades da natureza que justificaram sua exploração à diferenciação ontológica das mulheres que fundamenta a desigualdade de gênero.  - do prefácio de Maria Fernanda Novo

EDIÇÃO Allan de Campos Silva e Miguel Yoshida
TRADUÇÃO Allan de Campos Silva; Ana Carolina Gonçalves
Leite; Bárbara Baracho; Bruno Xavier; Cássia Fellet; Gabriela
Fellet; Júlia Giorgi Mariano; Mariana Hope Sartori; Mayara Araújo
de Assis; Priscila Ambrósio Moreira; Rafael Afonso Silva
REVISÃO DA TRADUÇÃO Allan de Campos Silva e Marina
Manganotte
PREPARAÇÃO Marina Manganotte
REVISÃO FINAL Lia Urbini
ILUSTRAÇÃO E CAPA Revista Comando
PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Marina Manganotte
PREFÁCIO Maria Fernanda Novo
TEXTO DA ORELHA Alana Moraes

Carolyn Merchant

PETRO MASCULINIDADE

Combustíveis Fósseis e Desejo Autoritário

Você já deve ter se deparado com pessoas, em geral homens, mas não exclusivamente, que custam a aceitar evidências da catástrofe social e ambiental em que vivemos. É contra esse tipo de negacionismo que a Cara New Daggett escreveu esse brilhante ensaio: Petromasculinidade: combustíveis fósseis e desejo autoritário. A autora nos convida a olhar para esse problema sob um novo ponto de vista: para Daggett, a figura do homem violento e negacionista se fundamenta na privação de desejos ancorados do modo de vida fóssil-autoritário, da forma da família nuclear burguesa, com o homem provedor do lar, suas mercadorias e salários e na própria divisão sexual do trabalho.

A negação das mudanças climáticas ou das lutas contra o recrudescimento do patriarcado nas chamadas democracia do carbono está ligada a uma posição de recusa, já que os desejos do homem-fósssil estariam interrompidos pela catástrofe social climática - que ele conhece, mas não quer enxergar. Isso explica tanto seu desejo por carros quanto a defesa irrestrita da exploração de petróleo e gás ou tudo mais que a democracia fóssil enseja, por vezes fazendo malabarismos argumentativos, dizendo-se humanista ou até em luta contra fome, em nome do desenvolvimento e da soberania nacional - sem notar que é justamente a economia fóssil capitalista que leva a expoliação de territórios inteiros.

Lado a lado com os poços de petróleo, a petro masculinidade se prolifera como um derivado sintético da violência fóssil, em cuja composição fundem-se misoginia, nostalgia e autodestruição. E, debaixo dessa fumaça tóxica, se proliferam movimentos tais como os personificados e alardeados pelos clãs de trump e bolzon@ro.

Prefácio de Agnes de Oliveira
Posfácio de Alana Moraes
Tradução de Allan de Campos

Cara New Daggett

O FANTASMA DO ABOLICIONISMO PENAL

Texto coletivo

"O Fantasma do Abolicionismo Penal" foi produzido como texto de intervenção do debate público brasileiro diante das afrontas da mídia corporativa para deslegitimar a luta de movimentos sociais contra a polícia e as prisões.  Uma resposta concisa que apresenta a luta abolicionista de forma rápida e direta. O texto foi escrito por ativistas e pesquisadorxs do Maranhão, Bahia, São Paulo e Rio de Janeiro!
 

Allan Silva & Bruno Xavier - Editorial IK

Carlos Preto de Souza - Amparar & FEDSP

Dina Alves - Coletivo Adelinas

Fábio Pereira Campos Misael - Amparar

Fransérgio Goulart - IDMJR

Letícia Maria Gil de Freitas - Amparar 

Lívia Cangiano - UFMA

Lívia Vidal - Mulheres de Pedra

Luana de Oliveira - Rede de Proteção & Resistência contra o Genocídio

Maria Fernanda Novo - UNICAMP

Maria Railda Alves - Amparar

Miriam Duarte Pereira - Amparar

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coleção abolicionistas

HUMANISMO DE MERCADO

Aline Passos

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coleção abolicionistas

O livro "Humanismo de mercado: etnografia de uma prisão privatizada", de Aline Passos, abre a Coleção Abolicionistas. Com essa coleção, a IK pretende trazer ao debate público a produção intelectual sobre as práticas e teorias abolicionistas feitas por ativistas e acadêmicos nas mais diversas experiências em todo o Brasil.

Em "Humanismo de mercado", Aline Passos retrata as estratégias de gestão de uma prisão privatizada no nordeste brasileiro. A partir de pesquisa etnográfica realizada dentro e fora da unidade prisional, a análise escapa do lugar comum dos indicadores de gestão que buscam estabelecer qual o melhor modelo de gerenciamento carcerário, e apresenta como Estado e mercado operam modulações de dominação que se beneficiam reciprocamente. Desta forma, o livro transita por discursos e práticas de privatização das prisões que, pouco a pouco, deslocam o problema do gerenciamento de condições ambientais – higiene, lotação, segurança - para a própria existência e permanência da prisão como prática de tortura institucionalizada e socialmente aceita. No que se poderia pensar como modelos distintos e opostos de encarceramento – públicos ou privados – a autora encontra mais complementariedade, retroalimentação, compensações mútuas, e a permanência de uma condição de desumanização dos sujeitos presos que precede e se sobrepõe aos meandros da administração da tortura porque é sua própria condição de existência. 

CALIFÓRNIA GULAG

Prisões, crise do capitalismo
e abolicionismo penal

coleção raça e capitalismo

tradução: Bruno Xavier

diagramação: Gabriel Kerhart

ilustração: REVISTACOMANDO

Ruth Wilson Gilmore

A publicação de Califórnia Gulag traz para o português brasileiro os primeiros textos da autora. Ruth Wilson Gilmore é a mais importante estudiosa e escritora sobre a questão carcerária e abolicionista na atualidade. Este livro é considerado o maior clássico sobre a formação e consolidação do "complexo industrial prisional" nos Estados Unidos.​
 
Sobre o livro: Desde 1980, o número de pessoas nas prisões dos EUA aumentou mais de 450%. Apesar de uma taxa de criminalidade caindo há décadas, o estado da Califórnia liderou essa expansão por meio do que ficou conhecido como o “maior projeto de construção prisional na história do mundo”. Califórnia Gulag fornece a primeira explicação detalhada para esse boom prisional, demonstrando como as forças políticas e econômicas, globais e locais, se uniram para formar e consolidar o "sistema industrial prisional" nos EUA. A partir de um relato emocionante e rico em informações e análises teóricas e conjunturais, Ruth Wilson Gilmore examina esse fenômeno desde diferentes perspectivas para explicar como a expansão prisional ocorreu devido aos excedentes de capital financeiro, trabalho, terra e capacidade estatal tornados ociosos no processo de desindustrialização e do fim do estado de bem-estar social no país. Detalhando as crises que atingiram a economia da Califórnia com particular ferocidade, ela argumenta como as secas históricas da década de 1970 no estado, as mudanças nas disputas pelo poder econômico das terras agrícolas, as derrotas das lutas radicais, o enfraquecimento do poder do trabalho e a mudança nos padrões de investimento de capital formaram o cenário para o desenvolvimento do crescimento prisional. Os resultados – um caro e gigantesco sistema prisional, um grande número de jovens negros encarcerados e o aumento da justiça punitiva, como a lei “three-strikes” – colocam questões profundas e preocupantes para o futuro da Califórnia, dos Estados Unidos e do mundo. Califórnia Gulag conta a história, a geografia e a economia política por trás da transformação do estado da Califórnia numa espécie de gulag dentro do território dos EUA. O livro conta também a inevitável e potente formação de grupos abolicionistas de mães que precisaram se erguer e se organizar para fazer frente ao sequestro de seus filhos para dentro do cárcere.​
 
Sobre a autora: Ruth Wilson Gilmore é geógrafa e estudiosa do abolicionismo [não só] penal, do capitalismo racial, do encarceramento em massa, do racismo ambiental, da violência e do abandono organizados pelo estado e dos movimentos sociais de resistência que vão na direção da libertação social. Ela é diretora do Center for Place, Culture, and Politics e professora no Departamento de Earth and Environmental Sciences no centro de pós-graduação da CUNY [Center University of New York]. Gilmore foi co-fundadora de muitas organizações sociais de base abolicionistas, incluindo a "Critical Resistance" (juntamente com Angela Y. Davis), a "California Prison Moratorium Project" e a "Central California Environmental Justice Network", e esteve presente no início das mobilizações do movimento abolicionista de mães do sul de Los Angeles (o Mothers ROC - Mothers Reclaiming Our Children), pioneiro em todo o país, largamente abordado no capítulo 5 do livro. Já lecionou na Ásia, África, Europa e América do Norte. É autora, entre outros, do premiado "Califórnia Gulag" (UCPress, 2007; Igrá Kniga, 2023).​
 
Sobre a Coleção: O livro de Ruth W. Gilmore é o segundo volume da coleção Raça e Capitalismo, uma série de traduções que relaciona as transformações do capitalismo ao continuum carcerário racializado na história dos EUA. O primeiro livro da coleção, também presente em nosso catálogo, é o Capitalismo Carcerário, da abolicionista penal estadunidense Jackie Wang.

12 COISAS QUE VOCÊ PODE FAZER
AO INVÉS DE CHAMAR A POLÍCIA

MayDay Collective, Revista Comando, IK

Chamar a polícia, frequentemente agrava situações, coloca pessoas em risco e leva à violência. Sempre que você busca ajuda da polícia, você a convida para dentro da sua comunidade e coloca pessoas que já podem ser vulneráveis em situações perigosas.

De leitura fácil e direta, este zine é ótimo para fazer conversas com amigues ou mesmo organizar a sua própria oficina abolicionista na vizinhança, com colegas de trabalho, escola ou universidade.

O texto é do May Day Collective, de Michigan. A versão brasileira conta com projeto gráfico e ilustrações originais em serigrafia feitas pela Revista Comando e tradução da IK.

SCI-FI ABOLICIONISTA

Phil Crocket Thomas (org.)

Andróides sonham com monitoramento eletrônico?

O que clones rebeldes, entidades de nuvens irreprimíveis, novos rituais, ruínas de prisões e pequenas feras telepáticas (entre outras coisas) podem nos ensinar sobre o fim das prisões? Sci-Fi Abolicionista é uma coleção de contos escritos por ativistas e acadêmicxs envolvidxs com a abolição das prisões e a justiça transformadora no Reino Unido.

Estas estórias não são todas explicitamente sobre a abolição das prisões, mas todas exploram a questão subjacente de como podemos viver bem juntes, abordando temas complexos como violência, vingança, cuidado e comunidade. Como tal, podem nos ajudar a imaginar um futuro sem exclusão e punição.

Apresentamos aqui também um guia das oficinas que organizamos para escrever e compartilhar as estórias, além de exercícios de escrita criativa e sugestões de discussão, incluídos para ajudar a explorar ideias sobre abolição e justiça transformadora de maneiras criativas. Este livro é destinado tanto a pessoas curiosas sobre a abolição quanto a ativistas experientes que desejam explorar a abolição por meio da escrita criativa.

GEOGRAFIA, CRISE E CRÍTICA SOCIAL
NO CAPITALISMO PERIFÉRICO

Anselmo Alfredo (org.)

Este livro é resultado de longa interlocução com geógrafo(a)s que, em sua formação, se compreenderam pela necessidade de interrogar a realidade existente e, ao mesmo tempo, constituir os parâmetros da crítica social que, em certo momento, ainda que necessária, se reconhece nos seus limites. A perspectiva deste conjunto de autore(a)s é a de que as determinações da crítica ao capital só seriam possíveis de se realizar se elaborássemos um ponto de vista a respeito de sua crise. Isto porque sem a negatividade crítica do capital estaríamos em sua reafirmação, ainda que a busca do argumento fosse outra.

​O livro, neste sentido, se apresenta por sessões temáticas que ajudariam o(a) leitor(a) a construir a perspectiva universalizante da crise como história e lógica do capital. No sentido de que a crise é imanente e constitutiva do capital. Assim, poderia, em suas diferentes formas, ser encontrada em qualquer momento da história do capital, já que a crise é sua lógica negativa e identitária. A periferia seria a forma histórica da crise simultânea à acumulação mundial. A simultaneidade atual, contudo, a partir dos anos de 1970, seria a unidade crítica entre centro e periferia, de modo que esta não seria mais a possibilidade da acumulação do centro. Aqui, a própria lógica centro x periferia poderia encontrar seu limite histórico e lógico.

O SONHO CURTO DOS NAPËPË E A PANDEMIA

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A xawara-pandemia não acabou. O Sonho Curto dos Napëpë e a pandemia apresenta uma  uma crítica da devoração de refúgios de humanos e outros terranos e da acumulação ou reprodução ampliada (e acelerada pela racionalidade neoliberal) de epidemias e pandemias no Antropoceno/Capitaloceno.

Escrito em 2020, esta segunda edição, agora impressa, mantém as palavras-de-ordem “quentes” daquele ano – #ForaGarimpoForaCovid #VidasNegrasImportam# #VidasPretasImportam – em suas páginas pretas, como na primeira edição. Foram  mantidas não somente pelo valor documental. Os xawararipeiros continuam a garimpar (e agronegociar) em terras indígenas. Vidas negras continuam a ser preferencialmente xawararipadas, emaranhadas nos arranjos-associações de nossa necropolítica racista.

Como anota Ailton Krenak, autor do prefácio, de lá pra cá o que mudou é a presença de um “debate quase neutro sobre os desdobramentos da COVID”, enquanto “os sobreviventes se arrastam pelas calçadas de grandes centros urbanos” enquanto “ostentar diante da miséria já não envergonha ninguém” que culmina na “cegueira que tomou conta de tudo”.​

Prefácio: Ailton Krenak

Rafael Afonso Silva

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CAPITALISMO CARCERÁRIO

coleção raça e capitalismo

tradução: Bruno Xavier

revisão e preparação: Maria Teresa Mhereb

diagramação: Gabriel Kerhart

ilustração: REVISTA COMANDO

Jackie Wang

A publicação de Capitalismo Carcerário traz para o português brasileiro os primeiros textos de Jackie Wang. Ela é abolicionista penal, poeta e pesquisadora do Dpto. de Estudos Africanos e Afro-americanos na Universidade de Harvard, onde se especializou na investigação sobre raça e a economia política da polícia e das prisões nos EUA. O livro faz a atualização das dimensões raciais, econômicas, políticas, jurídicas e tecnológicas do problema do encarceramento em massa nos EUA. Ele é composto por sete ensaios que analisam as transformações do controle biopolítico de jovens infratores a partir da década de 1990, com a consequente adoção da prisão perpétua para menores de idade; a formação de um mercado racializado de dívidas "subprime" que promove a despossessão da população negra nos EUA; a formatação de um esquema oficial de pilhagem que se utiliza da polícia e da justiça criminal para prender e arrecadar dinheiro da população pobre, com o intuito de resolver o déficit fiscal dos municípios após a crise de 2008; o desenvolvimento e aplicação de tecnologias preditivas e algorítmicas no policiamento; e um debate poético sobre as possibilidades imaginativas do abolicionismo penal.

O livro de Jackie Wang dá início à coleção Raça e Capitalismo, uma série de traduções que relaciona as transformações do capitalismo ao "continuum carcerário racializado" na história dos EUA. O segundo livro da coleção (que já está em processo de tradução e virá ao público no segundo semestre de 2022, também pela Igrá Kniga) é o clássico Golden Gulag, da geógrafa e abolicionista Ruth Wilson Gilmore.

PANDEMIA E AGRONEGÓCIO
Doenças infecciosas, capitalismo e ciência

Rob Wallace

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tradução: Allan de Campos

ilustração: REVISTA COMANDO

Edição brasileira de Big farms make big flu, do epidemiologista marxistas Rob Wallace; uma pesquisa muito punk que busca superar a cisão entre ciências humanas e naturais por meio da crítica radical ao modo de produção capitalista aplicado às atividades agropecuárias. Demonstra como os vírus pandêmicos dos últimos tempos não são "infortúnios da natureza" (muito menos "armas química" propositalmente produzidas pela China, como querem explicar as teorias geopolíticas estapafúrdias) mas sim resíduos reais e letais produzidos nas bio-seguras operações agro-industriais de monocultivo genético, respostas contraditórias que os vírus oferecem ao imperativo da produtividade.

ESGOTADO

PANDORA PANDÊMICA

QUARENTA MICRO(NECRO) CONTOS/CRÔNICAS

Glauco Gonçalves

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IK em parceria com editora Córrego

ilustrações : Estêvão Parreiras

Inaugurando a prateleira de livros pós-coach da IK (em pleno após da pós-modernidade), Pandora Pandêmica são QUARENTA micro(necro)contos/crônicas ilustrados:

 

"Não entendam esses micro-qualquer-coisa-frações-de-texto como ficcionais, como reais ou surreais, nem como realismo fantástico. Quem dera eu pudesse viver o tempo da imaginação diante da catarse caricatural que caiu sobre nossas caras. Qualquer invenção criativa é brinquedo de criança perto do assombro materializado em forma de real. 

Então talvez este seja um livro infantil. Afinal, são historinhas até bonitinhas perto do que há do lado de fora da tela, da mesa em que escrevo, da casa-confinamento, na rebarba da cidade-césio."- G.G.

"Uma peça anti-espetacular" - The Gun Club

 

"Talvez esse livro seja o signo derrisório de nossa impotência" - tarsilla couto de brito                                 

"Quando a realidade cospe na cara da ficção, em um movimento difuso de suspensão do mundo que nos vira do avesso, o esquizoregistro de Glauco provoca um deslocamento no âmago da ansiedade que deixa um gosto amargo na boca" - Rafael Florêncio

MANIFESTO CONTRA O TRABALHO

Grupo Krisis

IK em parceria com Krisis

tradução : Javier Blank / Marcos Barreira

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Vinte (e um) anos após seu lançamento, o cadáver anunciado na primeira frase do Manifesto Contra o Trabalho [Manifest gegen die Arbeit, 1999] -- “Um cadáver domina a sociedade: o cadáver do trabalho” -- reuniu os trabalhadores de todo o mundo (reunidos enquanto cindidos e sem trabalho...) num empreendimento catastrófico global digno da analogia ao apocalipse (ou não estamos hoje num sistema produtor de imagens do fim do mundo?). Nesse texto (anti)clássico da crítica do valor [wertkritik], escrito na Alemanha dez anos após a queda do muro entre os supostos dois mundos (capitalista e socialista), a seita Krisis (como se refere Paulo Arantes) revela como aquilo que aparece como valor ontológico do humano que produz seu próprio mundo (o trabalho como nossa essência social!) se constitui, historicamente de fato, como uma amálgama de ideologias-mistificações modernas amarradas ao entorno de um núcleo duro : o fetichismo da forma social da mercadoria. Na "moral da história", o Manifesto contra o trabalho nos convoca a pensar como a emancipação humana necessária (única saída para salvar a humanidade e o planeta) passa por derrubar, antes de mais nada, os modernos credos do Trabalho - deus sacrificial do capitalismo como religião.

REVISTA ROJAVA - YPG/YPJ

CRÔNICAS ORDINÁRIAS DO FRONTE

originalmente publicado em Kedistan (2016)

ilustrações : REVISTACOMANDO / projeto gráfico : Helena Lima

tradução : Rach Pach

Este é o número zero (e único) da Revista Rojava,

impressa em xilogravura e serigrafia em novembro de 2016.

Além de um breve panorama sobre Rojava, este número traz a tradução das Crônicas Ordinárias do Fronte, os diários de dois combatentes estrangeiros que se juntaram às frentes de combate curdas YPG/YPJ no início de 2016.

Originalmente publicados como posts na internet, estes relatos têm caráter tanto documental como literário. Tratam dos conflitos cotidianos na defesa de uma territorialidade que se estabelece como o outro possível em meio à guerra de colapso mundial em curso na Síria desde 2011. Ao explicitarem no plano do vivido as contradições implicadas no processo, revelam o tédio e a tragédia de uma guerra enfrentada como vida cotidiana. [...] Assim, seja Rojava vista de fora como movimento de resistência popular, luta de autodefesa, ou mesmo processo revolucionário... o que essas narrativas mostram são os modos como operam as necessidades radicais na organização deste território, declarado autônomo enquanto autogestão da sobrevivência em múltiplas escalas.

CARTA DA ILHA DE MANUS

E OUTROS TEXTOS

Coleção: Migrações e Colapso IK

Autores: Behrouz Boochani, Bulend Garadag e Allan de Campos

Este é o primeiro volume da coleção Migrações e Colapso da Igrá Kniga, que apresenta pequenos livros digitais gratuitos sobre o mundo contemporâneo escritos por imigrantes, pesquisadores e pesquisadores-­imigrantes. “Carta da Ilha de Manus e outros textos” contém tradução inédita do manifesto poético e político escrito por Behrouz Boochani, imigrante e pesquisador curdo-­iraniano - um relato contundente do movimento de resistência do qual Boochani se tornou uma figura central enquanto viveu no centro de detenção na Ilha Manus, na Papua Nova Guiné, um dos centros de detenção offshore do Estado Australiano. O volume conta ainda com um artigo introdutório escrito pela equipe da IK, intitulado "Manus e Los Negros: pequena história das ilhas", o artigo “A geopolítica da guerra na Síria” do economista e cientista político curdo­-turco radicado no Brasil Bulend Garadag e o artigo “Contra a colônia penal imigrante”, do geógrafo Allan de Campos Silva.

ANTOLOGIA FILHOS DA POESIA

Patrícia Antunes

​Antologia Filhos da Poesia traz os poemas produzidos pelxs estudantes da EMEF Antônio Duarte de Almeida, localizada na zona leste de São Paulo, a partir da experiência do Slam Filhos da Poesia, organizado pela professora Patricia Antunes.

"Manifesto radical a respeito da vida e da possibilidade de construção de um espaço digno da existência da escola e de seus sujeitos"

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CHTO ETO IGRÁ KNIGA ? QUE RAIOS SIGNIFICA IGRÁ KNIGA ?

em russo,

                   IGRÁ significa jogo

                                                 KNIGA significa livro

a partir da concepção contraditória de jogo, produzimos livros e publicações em parcera com amigos

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